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1ª escola em formato de colmeia do Brasil é inaugurada em aldeia indígena de MT

Por Dado Capital

No coração de Mato Grosso, uma conquista inédita para a cultura e educação indígena foi celebrada nesta segunda-feira (21) com a inauguração da Escola Estadual Indígena Enawenê-Nawêessa, localizada na aldeia Dolowikwa/Kotakowinakwa, em Juína, a 737 km de Cuiabá. Este marco histórico se destaca como a primeira unidade escolar do Brasil a adotar uma arquitetura em formato de colmeia, desenhada para harmonizar com o território e resguardar a cultura local dos índios Enawenê-Nawê.

Arquitetura Culturalmente Sensível

O projeto da escola foi cuidadosamente elaborado para minimizar o impacto ambiental na área de reserva indígena onde se encontra, homenageando a cultura dos cerca de 628 estudantes matriculados, que incluem jovens do ensino fundamental ao médio, além de participantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A configuração arquitetônica busca proporcionar um ambiente acolhedor para os alunos, como destaca a Secretaria Estadual de Educação (Seduc-MT), empenhada em integrar aspectos culturais e ambientais à estrutura educacional.

Educação e Cultura em Foco

Liderado pelo engenheiro da equipe da Seduc e desenvolvido em colaboração com as lideranças locais, o projeto da escola é reconhecido como um passo importante para suprir uma demanda histórica da comunidade indígena que habita a região. Com capacidade para receber até 700 alunos, a instituição educacional conta com 29 professores, dos quais apenas um não é indígena. Este cenário não apenas incentiva o uso do idioma Enawenê-Nawê, pertencente à família linguística Aruak, mas também reforça tradições culturais, integrando-as ao currículo escolar.

Desafios e Esperanças

Os Enawenê-Nawê, reconhecidos por sua agricultura, pesca e coleta e que tradicionalmente não consomem carne vermelha, enfrentam desafios significativos devido à ocupação de suas terras por empresas que comprometem os recursos hídricos essenciais para sua sobrevivência. A construção da escola oferece uma nova esperança de preservação cultural e resistência contra ameaças externas, fortalecendo a educação indígena como ferramenta de autonomia e proteção dos direitos do povo Enawenê-Nawê.

A realização desse projeto representa não apenas um avanço no acesso à educação para comunidades indígenas, mas também simboliza o reconhecimento e valorização das suas tradições num cenário nacional. O Dado Capital continuará a acompanhar os desdobramentos na região, trazendo informações sobre como a educação e a cultura podem coexistir em prol do desenvolvimento sustentável.

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